domingo, 21 de agosto de 2011

ENEM - Resultados

19/08/2011 - 23h25

Dados do Enem 2010 por escola devem sair em 15 dias

DE SÃO PAULO

O ministro da Educação, Fernando Haddad, informou nesta sexta-feira, 19, que os dados do Enem de 2010 por escola serão divulgados em 15 dias. Segundo ele, essa divulgação permitirá a avaliação normal, como feita nos anos anteriores, ou acrescida dos dados de proporção por escola.
De acordo com o ministro, que proferiu palestra na Câmara de Vereadores de São José dos Campos (SP), no Vale do Paraíba, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) passará a informar a relação, por escola, de alunos que fizeram o exame. "Será um novo dado", explicou o ministro.
"Dessa forma, as famílias poderão avaliar o desempenho real das escolas de seus filhos, na proporção de alunos inscritos, sem se impressionar com eventual publicidade", disse.
O ministro disse que a divulgação habitual continua a mesma. "O atraso nessa divulgação não tem a ver com este acréscimo de informação, e sim com o recalculo do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) por conta da reaplicação da Prova Brasil em 20 escolas brasileiras", afirmou Haddad.

Disponível em http://www1.folha.uol.com.br/saber/962670-dados-do-enem-2010-por-escola-devem-sair-em-15-dias.shtml

sábado, 6 de agosto de 2011

O Sorriso de monalisa (dublado) - editado para seminário Curriculo e Cul...



Aos alunos da Primeira Série do EM:

Disponibilizei um vídeo editado do filme a que me referi na aula de quinta-feira (04/08/2011).
Quem puder, assista ao longa para que discutamos alguns aspectos na Oficina de Redação.
Segue, ainda, um texto que aborda o drama:

“O Sorriso de Mona Lisa”: direcionamentos para o trabalho em sala de aula
 
Cinema em sala de aula: enrolação? Falta de planejamento? Professor substituto? Para passar o tempo? Essas eram e são algumas conotações que a utilização de filmes, em sala de aula, ganhou em meio a professores os quais não dominam a técnica e nem a didática de como trabalhar com películas na escola. Assim, percebe-se a falta de preparo na formação dos professores, uma vez que, nem sempre estes conseguem utilizar os diversos recursos metodológicos de forma eficiente e eficaz em sala de aula, e mais do que isso, raramente, em suas aulas, utilizando-se diariamente do cinema como possibilidade de reflexão.
Em termos nacionais, é notável a desvalorização progressiva que vem ocorrendo com o professor, muitas vezes sendo visto como profissional de questionável qualidade, em meio a um emaranhado de dificuldades de formação, de condições de trabalho, com salários mal remunerados, dentre outros.
Esse profissional da educação, como ser crítico e consciente, deverá não só participar de uma reflexão com seus pares, mas deve levar tais reflexões até seus alunos possibilitando a oportunidade de que eles possam fazer análises constantes das propostas implícitas nas situações que a vida lhes oferece.
Masetto, (1994), apud Bebrens, (1996), apresenta uma perspectiva ampliada, que se refere ao professor em relação a si mesmo, propondo: a busca de um desenvolvimento pessoal e profissional pautado na reflexão.
Significa questionar profundamente as próprias posições filosóficas, epistemológicas, políticas e ideológicas, significa entender-se como ser histórico e perguntar-se sobre suas intencionalidades, o que é diferente de simplesmente discutir, informar-se, polemizar. (PIMENTEL, 1993, p. 37 apud BEBRENS, 1996, p. 38)
Criar uma nova postura do professor em relação ao aluno é outra reflexão que deve ser realizada e implica descobrir caminhos no processo pedagógico.
A formação não é feita por acumulação de cursos, de conhecimentos ou de técnicas, mas por meio de reflexões críticas sobre as práticas e de reconstrução da identidade pessoal. Ivor Goodson e Rob Walker, 1991, apud Nóvoa, 2002, defendem a necessidade de investir na práxis como lugar de produção do saber e de conferir atenção especial à vida do professor, pois muito do que o adulto retém está implicitamente relacionado com sua experiência e sua identidade.
A nova necessidade para a educação demandaria a participação efetiva dos alunos no processo educativo, o que é um patamar a se galgar para a superação do modelo vigente, que, muitas vezes, se vale pelo repasse de informações feito pelo professor e memorização realizada por parte dos alunos, sem, contudo, contar com o envolvimento real dos alunos com o conhecimento. O docente terá que levar seu aluno a transpor o mundo da escola, e terá em mente que a educação, o aprendizado, não acontece apenas nos meios escolares. Assim, o professor deve entender que o conhecimento não é estático, está em permanente movimento e construção, e que por isso, é necessário o mesmo estar atento aos recursos tecnológicos que se apresentam na sociedade. Tais questionamentos vêm de encontro às observações de Seabra, para ele:
O profissional do futuro (e o futuro já começou) terá como principal tarefa aprender. Sim, pois, para executar tarefas repetitivas existirão os computadores e os robôs. Ao homem competirá ser criativo, imaginativo e inovador. (SEABRA, 1994, p. 78 apud BEBRENS, 1996, p. 66)
O professor mais do que nunca terá que ser curioso, investigador, pesquisador, criativo e dinâmico. Além disso, o educador deve ter a percepção de que teoria e prática, pesquisa e extensão, são interdependentes e que para ele se realizar como bom profissional deve aprender constantemente. O aprender a aprender busca autonomia de professores e alunos e leva-os a criticar e refletir sua própria experiência e dela extrair conhecimentos.
É preciso que o professor resgate a sua autonomia, que lhe seja permitido a competência de compreender o processo educativo como um todo, e como capaz de estabelecer um trabalho integrado de planejamento, produção, transmissão do conhecimento; um profissional efetivo, em contraposição ao tarefeiro ou funcionário burocrático.
Assim, diante desses comentários, sugerimos aos professores que projetem o filme “O Sorriso de Mona Lisa”, o qual serve de auxiliador como recurso didático interessante e atual: o educador como profissional dinâmico em constante aprendizagem.
“O Sorriso de Mona Lisa”, dirigido por Mike Newell, é uma boa oportunidade para que os professores da Educação Básica e para os professores do Ensino Superior dos cursos de Pedagogia, Letras, História e Cinema estabeleçam análises, críticas e reflexões sobre alguns temas como: Arte Moderna, fatos históricos como a Grande Guerra Mundial, Segunda Guerra Mundial e o papel da mulher na sociedade, dentre outros. O filme é uma produção norte-americana e se passa entre 1953 e 1954, tratando da história em que Julia Roberts no papel de Katherine Watson, uma professora de vanguarda, recém-graduada consegue emprego no conceituado colégio tradicionalista Wellesley, para lecionar aulas de História da Arte.
Através da temática História da Arte, o filme “O Sorriso de Mona Lisa”, consegue passar sutilmente por substratos ideológicos marcantes, como Bergson, Nietzsche, Freud e Marx e fatos históricos como a Primeira e Segunda Guerras Mundiais, que marcaram profundamente o século XX, conseqüência viva e expressa disso foram as vanguardas, que tentaram chamar a atenção por meio da arte, mostrando a perplexidade do mundo contemporâneo.
Assim, o aspecto do uso didático do filme numa perspectiva metodológica engloba o ensino, e o conhecimento por parte dos alunos de algumas obras, por meio de ilustrações em livros didáticos e reproduções dessas obras levadas pelo professor para a sala de aula. Desse modo, o professor pode levar os alunos a analisarem as obras e refletirem de maneira dinâmica a respeito das correntes estéticas de Vanguarda na Europa, como: futurismo, expressionismo, cubismo, dadaísmo, fauvismo, abstracionismo e o surrealismo, que vêem desvelar os sentimentos humanos, expressando as angústias que caracterizavam psicologicamente o homem no início do século XX.
Dessa forma, no contexto cinematográfico, o objetivo de Katherine no filme, está dirigido para gerar um pensamento e uma ação independente nas alunas e levá-las a se interessarem vivamente pela arte e, por meio desse interesse, construírem a si mesmas enquanto cidadãs críticas e que se posicionam sobre o que está ao seu redor, em vez de seguir padrões estabelecidos. Incomodada com o conservadorismo da sociedade e do próprio colégio que trabalha e preocupada com a posição social que as jovens ocupam nessa sociedade, Katherine decide lutar contra as normas e em prol de uma reflexão por parte dessas mulheres. Dessa maneira, a professora acaba inspirando suas alunas a enfrentarem os desafios da vida. Nesse contexto, na interação com as elas, Katherine vai se descobrindo e se redefinindo.
Sendo este um filme sobre mulheres, ratifica-se que elas desempenham papéis fundamentais na trama. Nancy Abbey, sintetiza o papel social da mulher da época, representa uma personagem socialmente adaptada e perfeita, preocupada em parecer uma figura perfeita do ponto de vista dos valores sociais. Contudo seu personagem cai por terra e se mostra incapaz de tomar para si um sentido para o momento. Já a enfermeira Amanda, protagonista da história, é uma mulher forte, firme e objetiva e traz dois temas polêmicos à tona: o homossexualismo e o uso da pílula. A temática da contracepção, aliás, será um dos temas discutidos durante o filme, e que apresenta-se em momento oportuno em sala de aula como um conteúdo a ser trabalhado, por meio de debates com os alunos. Lembremos que o uso da pílula aprovada de forma formal pelo FDA, órgão norte-americano controlador do medicamento, em 1957, gerou inúmeras polêmicas nos EUA e no mundo ocidental.
A personagem Joan Brandwyn, representa a possibilidade da mulher sair do seu papel de agente passivo para agente ativo de uma sociedade tão conservadora. Joan consegue sair da sua posição, e tomar sua própria decisão: faz inscrição e é aceita pela faculdade de Direito, entretanto, abre mão da sua carreira para viver sua vida conjugal. Mas o importante é que ela faz uma escolha, e nela, é livre. Betty Warren, por pressão da família e pressão social casa-se e acaba por constatar que o casamento não é garantia de segurança social e muito menos de felicidade. Já Giselle, por sua vez, é uma moça liberal que se apaixona por homens mais velhos, representa uma personagem forte que foge dos padrões da época. Pode-se perceber uma simbologia feita pelo filme, quando Giselle, através da cena que aparece em frente ao espelho, tenta se comparar à professora Watson.  Neste sentido, o espelho refere-se à função reprodutiva e refletora do pensamento, além de representar o símbolo da feminilidade.
O filme começa com o início do ano letivo e com o seguinte ritual de boas vindas: “Quem bate à porta do saber? Eu sou todas as mulheres. O que você busca? Despertar o meu espírito por meio de muito trabalho e dedicar minha vida ao conhecimento...”.Essa iniciação nos conduz a uma ótima reflexão servindo como sugestão para ser discutida em sala de aula com os alunos. O professor pode questionar seus alunos nos seguintes pontos: será verdadeiro esse diálogo? A escola tradicionalista como é apresentada no filme, permite a escolha da mulher em optar pela busca do seu autodesenvolvimento ou do casamento?
Outra sugestão a ser tratada é a arte do século XX. As estudiosas Marilvia e Oliveira (2007) pontuam que a arte do século XX é marcada por obras que exigem não apenas a contemplação, mas também a resposta, a tomada de posição, para que a imagem se complete, participando assim o observador, da construção da obra. Nota-se que dos anos 50 em diante, o ser humano seria levado a se autoconscientizar do seu papel na sociedade e aprender a olhar para dentro de si. Dessa maneira, cria suas próprias referências e descobre que deve viver em meio ao sistema, mas que o mesmo não nos deve dominar intimamente. A arte Moderna entra nesse cenário, como a própria expressão deste crescimento.
Pode-se dizer que a professora de arte representada neste filme, com sua posição de instigar a ruptura dos padrões tradicionais de educação, de questionar o conservadorismo americano, o papel submisso da mulher, teria, talvez, sua inspiração na tela de Picasso “Les Demoiselles d'Avignon”. Este trabalho apresenta-se como uma das mais importantes obras da Arte Moderna. O quadro representa mulheres em um bordel, em posições sedutoras, pintadas de forma plana e não com linhas arredondadas, como é o corpo feminino. O resultado é que as mulheres nos olham e nos solicitam um posicionamento.
A arte de vanguarda, do início do século XX, pelo que ela representa de revolucionária e questionadora, influenciou todos os setores da sociedade. Tanto a família, como a política, a cultura e também a educação, sofreram em maior ou menor grau os efeitos desse universo artístico de ruptura. Outras questões que despontam no século XX e que o professor pode trabalhar por meio de pesquisas e debates com os alunos são: as conquistas técnicas, o progresso industrial, a questão do capitalismo que se organiza e o surgimento dos primeiros movimentos sindicais que passam a interferir nas sociedades industrializadas.
Assim, o filme também retrata através do consumismo de eletrodomésticos, duas facetas. A primeira enfoca o despertar das conquistas tecnológicas e o progresso industrial, fatos marcantes do século XX, e a segunda enfoca, a questão da troca dos valores humanos em prol da mercadoria. Ocorrendo assim, segundo Sevcenko (2001, p. 88),
(...) a transformação do consumo num ato simultaneamente “libertador” e substitutivo dos desejos reprimidos. De modo que, na sociedade da mercadoria, o consumismo seria proposto como a terapia por excelência para aliviar o mal-estar gerado pela própria essência desse sistema, centrado no mercado e não nos valores humanos”
A linguagem artística criada por Picasso, o cubismo, por exemplo, é um efeito conjunto das técnicas de corte, montagem, multiplicação de perspectivas e fragmentação de visão. Essa linguagem permite que os objetos sejam vistos por diferentes ângulos, e apesar de estarmos em frente a um objeto estático (o quadro), o mesmo representa um “dinamismo sensorial” em movimento.
O que a nova estética cubista propõe já nada tem a ver com as tradicionais “belas artes”, mas é uma reflexão acerca dos novos potenciais e seu impacto transformador sobre a percepção, a imaginação e a inteligência humana. (SEVCENKO, 2001, p. 71 e 72).
De acordo com esse autor, o que o quadro representa é um dinamismo sensorial em turbilhão, como se tivessem nos deslocando em diferentes direções e vendo de vários ângulos.
Dessa maneira, não devemos nos surpreender com as reflexões que a professora de História da Arte propunha às suas alunas diante das telas apresentadas no filme. A arte questiona, a professora também. A arte causa impacto e desconcerto, a professora também. O quadro Gioconda é um marco na arte, da mesma maneira a professora também representou um marco para aquela geração de alunas.
Tal qual o sorriso enigmático de Mona Lisa, assim, também, seria o futuro dessas mulheres, que viveram a transição da educação tradicional para a educação da criticidade. Afinal de contas, as mulheres se perguntavam: para que estudar? Para se casar? Para cuidar do marido? Ou vou seguir outro caminho? Serei profissional? Mas como conciliar o lar e trabalho? Questões dolorosas e difíceis que ainda são enfrentadas pelas mulheres em pleno “pós-modernismo”, podem ser relacionadas com o objetivo da aula e serem discutidas em sala de aula, levando os alunos a questionarem e refletirem sobre a realidade, além de demonstrar que as questões enfatizadas no primeiro parágrafo deste texto, não são corretas, ou seja, que o filme não é para ser utilizado como embromação ou para “passar o tempo”, e sim, como meio pelo qual é possível permitir discussões temáticas que têm ligações diretas com o conteúdo ou também que possibilitem discussões temáticas que nem sempre são do objetivo da disciplina. Mas, que nem por isso, deixam de ser importantes, muitas vezes apresentam-se como temas transversais, como por exemplo, a questão social da mulher na sociedade, que é enfatizada no filme.
Há algumas passagens no filme que são interessantes de comentar como a cena que gera desconforto e ansiedade entre as alunas quando o quadro Carcaça, de Chaim Soutine, é apresentado a elas. Segundo Marilvia e Oliveira (2007), esse quadro é considerado o mais dinâmico representante do expressionismo. No filme o que se pode perceber é que como Soutine não é um artista clássico integrante da cultura considerada “correta” para a classe social daquelas mulheres, ele acaba por fazer com que o pensamento das mesmas se desequilibre frente a uma obra que representa “erotismo e agressividade”.
As vanguardas, manifestações radicais do Modernismo do século XX, queriam romper de forma revolucionária com a tradição e com as normas das Academias de Belas-Artes.  Por isso, fizeram uso de um termo militar que definia a linha de frente, mais destrutiva do exército.
Dessa forma, como comentamos antes, Katherine, a professora revolucionária de História da Arte, apresenta-se no filme como uma professora de vanguarda, pois, era uma mulher que estava à frente do seu tempo, com seus pensamentos e ideais.
A maneira como o cinema trata o feminino é muito mais fruto das convenções, é muito mais cultural do que técnica. “Pioneira no estudo da mulher no cinema e da produção cinematográfica feminina, Ann Kaplan (1995), afirma que as imagens dominantes da mulher nos filmes são constituídas pelo e para o olhar masculino” (DUARTE, 2002, p. 53).
De modo geral, o personagem feminino nos filmes é fortemente marcado por traços misóginos, a função que cabe às mulheres na sociedade, tendo como papel casar-se, cuidar do marido e dos filhos, amando-o incondicionalmente.
A maioria dos filmes apresenta as mulheres como dependentes e incapazes de tomar decisões acertadas (sobretudo em situações de perigo); estão sempre em busca do complemento masculino, cuja presença, além de significar realização pessoal, sugere segurança e proteção. São incontáveis os filmes em que o herói aparece no momento-chave para livrar a amada das garras de um agressor (DUARTE, 2002, p. 54).
O nome dado ao filme: “O Sorriso de Monalisa”, fazendo referência ao quadro pintado por Leonardo Da Vinci, quadro que passa por diversas discussões a respeito de quem ou a que o pintor teria se inspirado, no filme tem papel primordial, quando é enfocada a seguinte questão: a mulher pintada no quadro estaria alegre ou não? Com base nessa pergunta é possível refletir também se aquelas mulheres, que estudavam no colégio Wellesley e direcionavam seus valores, suas vontades, suas vidas para o casamento, a casa, o marido e os filhos, eram mesmo felizes como diziam ser ou como esperavam ser. Que ideal de vida as sustentavam? Esse ideal e a formação que elas obtinham, permitia que as mesmas construíssem sua própria identidade, sua própria personalidade?
Outra nuance que o filme trata, é a questão do professor como ser enigmático para seus alunos, a questão do olhar do aluno para o professor, ou seja, as curiosidades que os alunos têm em relação à vida do professor, “enigmas” como: quem é esse professor, de onde ele vem, o que ele quer, ele é solteiro, casado, tem filhos, o que gosta de fazer, etc), questões que despertam curiosidades nos alunos, uma temática que pouco ou nada é pesquisada.
Assim, a projeção do filme “O Sorriso de Mona Lisa”, constituiu a tentativa de sintetizar algumas das possibilidades de uso do cinema na sala de aula e na possibilidade de propiciar que professores e alunos descubram outras tantas.
Embora o cinema já seja utilizado há algum tempo por muitos professores, pelo menos desde o final dos anos 1980, só mais recentemente estão surgindo algumas propostas mais sistematizadas que orientam o professor (...). Acreditamos que é possível, mesmo o professor não se tornando um crítico cinematográfico altamente especializado, incorporar o cinema na sala de aula e em projetos escolares, de forma a ir muito além do “conteúdo” representado pelo filme. O significado de um texto/filme é o todo, amálgama desse conjunto de pequenas partes, em que cada uma não é suficiente para explicá-lo, porém todas são necessárias e cada uma só tem significação plena em relação a todas as outras (ALMEIDA, M., 2001, p. 29 apud NAPOLITANO, 2005, p. 12) .
Desta forma, os filmes apresentados em sala de aula podem ser abordados conforme temas e conteúdos curriculares das diversas disciplinas. Ao mesmo tempo, o trabalho sistemático e articulado com filmes em salas de aula ajuda a desenvolver competências e habilidades diversas, lembrando ainda que os filmes também acabam por representar uma ideologia política. Assim, podemos dizer que o filme acima explicitado, é um filme político. Filme político não é um filme que trata de política, nem um filme partidário, mas antes de tudo, um filme que quer expor sua ideologia e causar uma reação/reflexão a partir de suas idéias. Desta maneira este demonstra ser um filme político, primeiro por representar um grito de socorro e uma carta de intenções em relação à temática desenvolvida levantando a questão da mulher, por se referir a uma formação de professora que enxerga além das possibilidades reais, que compreende e valoriza o fato de que como educadora, é na verdade “liberada” para fazer um trabalho melhor como principal agente da educação de qualidade acreditando, pois, que o professor pode fazer a diferença. Nesse processo, sua permanente intenção é a de educar, de formar seres humanos plenos e abertos ao mundo.
Na saída enigmática da professora Watson da Universidade de Wellesley, Betty aluna da referida professora termina a narração do filme nos levando novamente a outra reflexão: “...Nem todo errante é sem propósito, especialmente aquele que busca a verdade além da tradição, além da definição, além da imagem.”

Referências

BEHRENS, Marilda Aparecida. Formação continuada dos professores e a prática pedagógica. Curitiba: Champagnat, 1996.
DUARTE, Rosália. Cinema e Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
MARILVIA; OLIVEIRA. O sorriso de Monalisa. Disponível em http://neteducacao.globo.com/site/usenet/sorrisoMonaLisa_new.jsp. Acesso em: 18/05/06.
NAPOLITANO, Marcos. Como usar cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2005.
NÓVOA, António. Formação de Professores e Trabalho Pedagógico. Lisboa: Educa, 2002.
SEVCENKO, Nicolau. A corrida para o século XXI: no loop da montanha russa. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

Referência Filmográfica

O Sorriso de Mona Lisa. NEWELL, Mike. Columbia Pictures: Estados Unidos. 2003. 1DVD (117 min), color, legendado.

Disponível em http://www.espacoacademico.com.br/078/78santana.htm, acesso em 06/08/2011.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Resposta para questões cujas respostas nos fogem...

Aos alunos do Terceiro Colegial...

Respondendo a um comentário publicado hoje no texto sobre a Carol: queridos alunos, o tempo não cura nada! Tempo não é remédio, não nos receitam em doses nem em drágeas. E sim, colocamos a dor em planos diferentes. Minha mãe me ensinou que a dor da perda de alguém amado não nos abandona jamais, o que acontece é que com o tempo aprendemos a conviver com essa dor... Tempo é mestre, não receituário.
Uma vez, comecei a enxergar um pontinho preto, não sei dizer se no olho direito ou no esquerdo. Fato é que procurei um oftalmologista que me explicou a razão desse pontinho preto que eu enxergava (de forma beeem simples alguma coisa que estava "pregada" na minha retina) e que não havia como eliminá-lo, com o tempo (sim, o tal) eu me acostumaria e nem mais perceberia o dito pontinho. Tanto é que hoje não sei dizer a vocês por qual olho eu o via. Isso é só para exemplificar que as situações vão "se ajeitando" com o... Vamos lá, em coro? "Teeeeempooooo"...
A presença da Carol nas nossas vidas é o que tornou nossas existências experiências incomparavelmente mais ricas. Ela faz falta? Ohhhhh, se faz... Vai doer amanhã chegar na sala e não ter o meigo sorriso com cabeça viradinha para o lado? Ohhhhhh, se vai... Vai doer sempre se lembrarmos com pesar. Mas vai doer menos se lembrarmos do sorriso, da doçura, da luz. 
Não se trata de uma apologia ao "não vamos sofrer as perdas". Nós temos esse direito de sentir a falta, de perceber que sangramos, de dizer "Pô, Deus, a gente queria ela aqui conosco..." 
Li esses dias no livro novo da Martha Medeiros uma frase que me fez pensar nas pessoas que amam a Carolina: "A vida não apenas continua, ela recomeça". Recomeçar é fácil? É nada! Difícil... Tanto é difícil que, quando temos que "recomeçar" algo, um texto por exemplo, a gente prefere rasgar, jogar fora e fazer tudo de novo, dar um novo começo... Mas a vida nós não rasgamos, não amassamos e "basquetemente" lançamos no cestinho mais próximo... A vida a gente enfrenta. Às vezes temos que acordar fazendo frio (que acho que é o que teremos para amanhã) quando o cobertor implora para que fiquemos; às vezes temos que sorrir quando por dentro estamos uma lástima; às vezes temos que enfrentar uma multidão quando desejamos o silêncio, de preferência o nosso. Viver não segue cartilhas, não há manuais. Um dia a gente acerta; num outro a gente erra, e erra feio às vezes. Um dia a gente perdoa; no outro a gente machuca. Um dia a gente grita; no outro a gente cala. A vida é antítese. Às vezes é mais; é paradoxo! A morte é cheia de eufemismos; eufemismo é dolorido sim...
O certo é que amor não diminui, e todos nós continuamos, como continuaremos, a amar a Carolina. Presença é mais do que sentar do lado. Presença é algo que enlaça a nossa alma e nos sopra: "Estou com você". 
Cada religião responde de uma forma aos questionamentos da vida e da morte. Os ateus também devem acreditar em algo, pensar em algo... Não dá para acreditar só na decomposição do corpo quando a pessoa continua vivendo dentro da gente. Ser lembrada é uma forma de existir. Numa das crônicas lidas no citado livro a autora discorria sobre isso: deixo de existir quando morrer a última pessoa que lembrar de e pensar em mim. Assim sendo, muita gente vai continuar existindo em decorrência das minhas lembranças, dos meus pensamentos e dos meus sentimentos...
Desculpem pela falta de respostas sobre como devemos lidar com essa ausência sem consentimento em nosso coração. Eu também não sei o que fazer com essa dor, nem com as outras que acumulei. Às vezes eu calo, às vezes eu choro (na maioria das vezes, tá), às vezes eu tento mudar de assunto, desconversar, fingir que "não é comigo". Funciona? Não. Xingar também não resolve. Outro dia meu marido perguntou por que em novela todo mundo quebra as coisas quando fica nervoso, triste... Perguntou se eu tinha algum vasinho de que gostava menos para a gente experimentar, mas depois pensando que a gente ia ter muito trabalho para juntar os cacos, nós achamos por bem esquecer as saídas da ficção. Esmurrar parede? Dói também e a gente não precisa de mais dor. Então eu também não sei o que fazer a não ser esperar que o tempo (sempre ele) me ensine a colocar a falta do abraço num cantinho e lembrar do sorriso para confortar a minha alma que pede a companhia que experimentei nessa existência. Porque companhia, mais uma vez, a gente pode ter de várias formas. Há uns versos que dizem que "para estar junto não é preciso estar perto". Tenho comigo muita gente que não está perto, dentre esses muitos que aprendi a amar e a "guardar" para mim e/ou comigo está a Carolina. Sempre aqui, em lugar confortavelmente aquecido no meu coração.
Com muito carinho a todos e todas, e desejando um retorno, já na reta final das escolaridade média, que nos fortaleça e nos ensine a olhar quem divide os dias conosco com mais amizade e companheirismo.

Um agradável abraço,
Andréa

http://youtu.be/9u6iTGeVfWE