sábado, 6 de agosto de 2011

O Sorriso de monalisa (dublado) - editado para seminário Curriculo e Cul...



Aos alunos da Primeira Série do EM:

Disponibilizei um vídeo editado do filme a que me referi na aula de quinta-feira (04/08/2011).
Quem puder, assista ao longa para que discutamos alguns aspectos na Oficina de Redação.
Segue, ainda, um texto que aborda o drama:

“O Sorriso de Mona Lisa”: direcionamentos para o trabalho em sala de aula
 
Cinema em sala de aula: enrolação? Falta de planejamento? Professor substituto? Para passar o tempo? Essas eram e são algumas conotações que a utilização de filmes, em sala de aula, ganhou em meio a professores os quais não dominam a técnica e nem a didática de como trabalhar com películas na escola. Assim, percebe-se a falta de preparo na formação dos professores, uma vez que, nem sempre estes conseguem utilizar os diversos recursos metodológicos de forma eficiente e eficaz em sala de aula, e mais do que isso, raramente, em suas aulas, utilizando-se diariamente do cinema como possibilidade de reflexão.
Em termos nacionais, é notável a desvalorização progressiva que vem ocorrendo com o professor, muitas vezes sendo visto como profissional de questionável qualidade, em meio a um emaranhado de dificuldades de formação, de condições de trabalho, com salários mal remunerados, dentre outros.
Esse profissional da educação, como ser crítico e consciente, deverá não só participar de uma reflexão com seus pares, mas deve levar tais reflexões até seus alunos possibilitando a oportunidade de que eles possam fazer análises constantes das propostas implícitas nas situações que a vida lhes oferece.
Masetto, (1994), apud Bebrens, (1996), apresenta uma perspectiva ampliada, que se refere ao professor em relação a si mesmo, propondo: a busca de um desenvolvimento pessoal e profissional pautado na reflexão.
Significa questionar profundamente as próprias posições filosóficas, epistemológicas, políticas e ideológicas, significa entender-se como ser histórico e perguntar-se sobre suas intencionalidades, o que é diferente de simplesmente discutir, informar-se, polemizar. (PIMENTEL, 1993, p. 37 apud BEBRENS, 1996, p. 38)
Criar uma nova postura do professor em relação ao aluno é outra reflexão que deve ser realizada e implica descobrir caminhos no processo pedagógico.
A formação não é feita por acumulação de cursos, de conhecimentos ou de técnicas, mas por meio de reflexões críticas sobre as práticas e de reconstrução da identidade pessoal. Ivor Goodson e Rob Walker, 1991, apud Nóvoa, 2002, defendem a necessidade de investir na práxis como lugar de produção do saber e de conferir atenção especial à vida do professor, pois muito do que o adulto retém está implicitamente relacionado com sua experiência e sua identidade.
A nova necessidade para a educação demandaria a participação efetiva dos alunos no processo educativo, o que é um patamar a se galgar para a superação do modelo vigente, que, muitas vezes, se vale pelo repasse de informações feito pelo professor e memorização realizada por parte dos alunos, sem, contudo, contar com o envolvimento real dos alunos com o conhecimento. O docente terá que levar seu aluno a transpor o mundo da escola, e terá em mente que a educação, o aprendizado, não acontece apenas nos meios escolares. Assim, o professor deve entender que o conhecimento não é estático, está em permanente movimento e construção, e que por isso, é necessário o mesmo estar atento aos recursos tecnológicos que se apresentam na sociedade. Tais questionamentos vêm de encontro às observações de Seabra, para ele:
O profissional do futuro (e o futuro já começou) terá como principal tarefa aprender. Sim, pois, para executar tarefas repetitivas existirão os computadores e os robôs. Ao homem competirá ser criativo, imaginativo e inovador. (SEABRA, 1994, p. 78 apud BEBRENS, 1996, p. 66)
O professor mais do que nunca terá que ser curioso, investigador, pesquisador, criativo e dinâmico. Além disso, o educador deve ter a percepção de que teoria e prática, pesquisa e extensão, são interdependentes e que para ele se realizar como bom profissional deve aprender constantemente. O aprender a aprender busca autonomia de professores e alunos e leva-os a criticar e refletir sua própria experiência e dela extrair conhecimentos.
É preciso que o professor resgate a sua autonomia, que lhe seja permitido a competência de compreender o processo educativo como um todo, e como capaz de estabelecer um trabalho integrado de planejamento, produção, transmissão do conhecimento; um profissional efetivo, em contraposição ao tarefeiro ou funcionário burocrático.
Assim, diante desses comentários, sugerimos aos professores que projetem o filme “O Sorriso de Mona Lisa”, o qual serve de auxiliador como recurso didático interessante e atual: o educador como profissional dinâmico em constante aprendizagem.
“O Sorriso de Mona Lisa”, dirigido por Mike Newell, é uma boa oportunidade para que os professores da Educação Básica e para os professores do Ensino Superior dos cursos de Pedagogia, Letras, História e Cinema estabeleçam análises, críticas e reflexões sobre alguns temas como: Arte Moderna, fatos históricos como a Grande Guerra Mundial, Segunda Guerra Mundial e o papel da mulher na sociedade, dentre outros. O filme é uma produção norte-americana e se passa entre 1953 e 1954, tratando da história em que Julia Roberts no papel de Katherine Watson, uma professora de vanguarda, recém-graduada consegue emprego no conceituado colégio tradicionalista Wellesley, para lecionar aulas de História da Arte.
Através da temática História da Arte, o filme “O Sorriso de Mona Lisa”, consegue passar sutilmente por substratos ideológicos marcantes, como Bergson, Nietzsche, Freud e Marx e fatos históricos como a Primeira e Segunda Guerras Mundiais, que marcaram profundamente o século XX, conseqüência viva e expressa disso foram as vanguardas, que tentaram chamar a atenção por meio da arte, mostrando a perplexidade do mundo contemporâneo.
Assim, o aspecto do uso didático do filme numa perspectiva metodológica engloba o ensino, e o conhecimento por parte dos alunos de algumas obras, por meio de ilustrações em livros didáticos e reproduções dessas obras levadas pelo professor para a sala de aula. Desse modo, o professor pode levar os alunos a analisarem as obras e refletirem de maneira dinâmica a respeito das correntes estéticas de Vanguarda na Europa, como: futurismo, expressionismo, cubismo, dadaísmo, fauvismo, abstracionismo e o surrealismo, que vêem desvelar os sentimentos humanos, expressando as angústias que caracterizavam psicologicamente o homem no início do século XX.
Dessa forma, no contexto cinematográfico, o objetivo de Katherine no filme, está dirigido para gerar um pensamento e uma ação independente nas alunas e levá-las a se interessarem vivamente pela arte e, por meio desse interesse, construírem a si mesmas enquanto cidadãs críticas e que se posicionam sobre o que está ao seu redor, em vez de seguir padrões estabelecidos. Incomodada com o conservadorismo da sociedade e do próprio colégio que trabalha e preocupada com a posição social que as jovens ocupam nessa sociedade, Katherine decide lutar contra as normas e em prol de uma reflexão por parte dessas mulheres. Dessa maneira, a professora acaba inspirando suas alunas a enfrentarem os desafios da vida. Nesse contexto, na interação com as elas, Katherine vai se descobrindo e se redefinindo.
Sendo este um filme sobre mulheres, ratifica-se que elas desempenham papéis fundamentais na trama. Nancy Abbey, sintetiza o papel social da mulher da época, representa uma personagem socialmente adaptada e perfeita, preocupada em parecer uma figura perfeita do ponto de vista dos valores sociais. Contudo seu personagem cai por terra e se mostra incapaz de tomar para si um sentido para o momento. Já a enfermeira Amanda, protagonista da história, é uma mulher forte, firme e objetiva e traz dois temas polêmicos à tona: o homossexualismo e o uso da pílula. A temática da contracepção, aliás, será um dos temas discutidos durante o filme, e que apresenta-se em momento oportuno em sala de aula como um conteúdo a ser trabalhado, por meio de debates com os alunos. Lembremos que o uso da pílula aprovada de forma formal pelo FDA, órgão norte-americano controlador do medicamento, em 1957, gerou inúmeras polêmicas nos EUA e no mundo ocidental.
A personagem Joan Brandwyn, representa a possibilidade da mulher sair do seu papel de agente passivo para agente ativo de uma sociedade tão conservadora. Joan consegue sair da sua posição, e tomar sua própria decisão: faz inscrição e é aceita pela faculdade de Direito, entretanto, abre mão da sua carreira para viver sua vida conjugal. Mas o importante é que ela faz uma escolha, e nela, é livre. Betty Warren, por pressão da família e pressão social casa-se e acaba por constatar que o casamento não é garantia de segurança social e muito menos de felicidade. Já Giselle, por sua vez, é uma moça liberal que se apaixona por homens mais velhos, representa uma personagem forte que foge dos padrões da época. Pode-se perceber uma simbologia feita pelo filme, quando Giselle, através da cena que aparece em frente ao espelho, tenta se comparar à professora Watson.  Neste sentido, o espelho refere-se à função reprodutiva e refletora do pensamento, além de representar o símbolo da feminilidade.
O filme começa com o início do ano letivo e com o seguinte ritual de boas vindas: “Quem bate à porta do saber? Eu sou todas as mulheres. O que você busca? Despertar o meu espírito por meio de muito trabalho e dedicar minha vida ao conhecimento...”.Essa iniciação nos conduz a uma ótima reflexão servindo como sugestão para ser discutida em sala de aula com os alunos. O professor pode questionar seus alunos nos seguintes pontos: será verdadeiro esse diálogo? A escola tradicionalista como é apresentada no filme, permite a escolha da mulher em optar pela busca do seu autodesenvolvimento ou do casamento?
Outra sugestão a ser tratada é a arte do século XX. As estudiosas Marilvia e Oliveira (2007) pontuam que a arte do século XX é marcada por obras que exigem não apenas a contemplação, mas também a resposta, a tomada de posição, para que a imagem se complete, participando assim o observador, da construção da obra. Nota-se que dos anos 50 em diante, o ser humano seria levado a se autoconscientizar do seu papel na sociedade e aprender a olhar para dentro de si. Dessa maneira, cria suas próprias referências e descobre que deve viver em meio ao sistema, mas que o mesmo não nos deve dominar intimamente. A arte Moderna entra nesse cenário, como a própria expressão deste crescimento.
Pode-se dizer que a professora de arte representada neste filme, com sua posição de instigar a ruptura dos padrões tradicionais de educação, de questionar o conservadorismo americano, o papel submisso da mulher, teria, talvez, sua inspiração na tela de Picasso “Les Demoiselles d'Avignon”. Este trabalho apresenta-se como uma das mais importantes obras da Arte Moderna. O quadro representa mulheres em um bordel, em posições sedutoras, pintadas de forma plana e não com linhas arredondadas, como é o corpo feminino. O resultado é que as mulheres nos olham e nos solicitam um posicionamento.
A arte de vanguarda, do início do século XX, pelo que ela representa de revolucionária e questionadora, influenciou todos os setores da sociedade. Tanto a família, como a política, a cultura e também a educação, sofreram em maior ou menor grau os efeitos desse universo artístico de ruptura. Outras questões que despontam no século XX e que o professor pode trabalhar por meio de pesquisas e debates com os alunos são: as conquistas técnicas, o progresso industrial, a questão do capitalismo que se organiza e o surgimento dos primeiros movimentos sindicais que passam a interferir nas sociedades industrializadas.
Assim, o filme também retrata através do consumismo de eletrodomésticos, duas facetas. A primeira enfoca o despertar das conquistas tecnológicas e o progresso industrial, fatos marcantes do século XX, e a segunda enfoca, a questão da troca dos valores humanos em prol da mercadoria. Ocorrendo assim, segundo Sevcenko (2001, p. 88),
(...) a transformação do consumo num ato simultaneamente “libertador” e substitutivo dos desejos reprimidos. De modo que, na sociedade da mercadoria, o consumismo seria proposto como a terapia por excelência para aliviar o mal-estar gerado pela própria essência desse sistema, centrado no mercado e não nos valores humanos”
A linguagem artística criada por Picasso, o cubismo, por exemplo, é um efeito conjunto das técnicas de corte, montagem, multiplicação de perspectivas e fragmentação de visão. Essa linguagem permite que os objetos sejam vistos por diferentes ângulos, e apesar de estarmos em frente a um objeto estático (o quadro), o mesmo representa um “dinamismo sensorial” em movimento.
O que a nova estética cubista propõe já nada tem a ver com as tradicionais “belas artes”, mas é uma reflexão acerca dos novos potenciais e seu impacto transformador sobre a percepção, a imaginação e a inteligência humana. (SEVCENKO, 2001, p. 71 e 72).
De acordo com esse autor, o que o quadro representa é um dinamismo sensorial em turbilhão, como se tivessem nos deslocando em diferentes direções e vendo de vários ângulos.
Dessa maneira, não devemos nos surpreender com as reflexões que a professora de História da Arte propunha às suas alunas diante das telas apresentadas no filme. A arte questiona, a professora também. A arte causa impacto e desconcerto, a professora também. O quadro Gioconda é um marco na arte, da mesma maneira a professora também representou um marco para aquela geração de alunas.
Tal qual o sorriso enigmático de Mona Lisa, assim, também, seria o futuro dessas mulheres, que viveram a transição da educação tradicional para a educação da criticidade. Afinal de contas, as mulheres se perguntavam: para que estudar? Para se casar? Para cuidar do marido? Ou vou seguir outro caminho? Serei profissional? Mas como conciliar o lar e trabalho? Questões dolorosas e difíceis que ainda são enfrentadas pelas mulheres em pleno “pós-modernismo”, podem ser relacionadas com o objetivo da aula e serem discutidas em sala de aula, levando os alunos a questionarem e refletirem sobre a realidade, além de demonstrar que as questões enfatizadas no primeiro parágrafo deste texto, não são corretas, ou seja, que o filme não é para ser utilizado como embromação ou para “passar o tempo”, e sim, como meio pelo qual é possível permitir discussões temáticas que têm ligações diretas com o conteúdo ou também que possibilitem discussões temáticas que nem sempre são do objetivo da disciplina. Mas, que nem por isso, deixam de ser importantes, muitas vezes apresentam-se como temas transversais, como por exemplo, a questão social da mulher na sociedade, que é enfatizada no filme.
Há algumas passagens no filme que são interessantes de comentar como a cena que gera desconforto e ansiedade entre as alunas quando o quadro Carcaça, de Chaim Soutine, é apresentado a elas. Segundo Marilvia e Oliveira (2007), esse quadro é considerado o mais dinâmico representante do expressionismo. No filme o que se pode perceber é que como Soutine não é um artista clássico integrante da cultura considerada “correta” para a classe social daquelas mulheres, ele acaba por fazer com que o pensamento das mesmas se desequilibre frente a uma obra que representa “erotismo e agressividade”.
As vanguardas, manifestações radicais do Modernismo do século XX, queriam romper de forma revolucionária com a tradição e com as normas das Academias de Belas-Artes.  Por isso, fizeram uso de um termo militar que definia a linha de frente, mais destrutiva do exército.
Dessa forma, como comentamos antes, Katherine, a professora revolucionária de História da Arte, apresenta-se no filme como uma professora de vanguarda, pois, era uma mulher que estava à frente do seu tempo, com seus pensamentos e ideais.
A maneira como o cinema trata o feminino é muito mais fruto das convenções, é muito mais cultural do que técnica. “Pioneira no estudo da mulher no cinema e da produção cinematográfica feminina, Ann Kaplan (1995), afirma que as imagens dominantes da mulher nos filmes são constituídas pelo e para o olhar masculino” (DUARTE, 2002, p. 53).
De modo geral, o personagem feminino nos filmes é fortemente marcado por traços misóginos, a função que cabe às mulheres na sociedade, tendo como papel casar-se, cuidar do marido e dos filhos, amando-o incondicionalmente.
A maioria dos filmes apresenta as mulheres como dependentes e incapazes de tomar decisões acertadas (sobretudo em situações de perigo); estão sempre em busca do complemento masculino, cuja presença, além de significar realização pessoal, sugere segurança e proteção. São incontáveis os filmes em que o herói aparece no momento-chave para livrar a amada das garras de um agressor (DUARTE, 2002, p. 54).
O nome dado ao filme: “O Sorriso de Monalisa”, fazendo referência ao quadro pintado por Leonardo Da Vinci, quadro que passa por diversas discussões a respeito de quem ou a que o pintor teria se inspirado, no filme tem papel primordial, quando é enfocada a seguinte questão: a mulher pintada no quadro estaria alegre ou não? Com base nessa pergunta é possível refletir também se aquelas mulheres, que estudavam no colégio Wellesley e direcionavam seus valores, suas vontades, suas vidas para o casamento, a casa, o marido e os filhos, eram mesmo felizes como diziam ser ou como esperavam ser. Que ideal de vida as sustentavam? Esse ideal e a formação que elas obtinham, permitia que as mesmas construíssem sua própria identidade, sua própria personalidade?
Outra nuance que o filme trata, é a questão do professor como ser enigmático para seus alunos, a questão do olhar do aluno para o professor, ou seja, as curiosidades que os alunos têm em relação à vida do professor, “enigmas” como: quem é esse professor, de onde ele vem, o que ele quer, ele é solteiro, casado, tem filhos, o que gosta de fazer, etc), questões que despertam curiosidades nos alunos, uma temática que pouco ou nada é pesquisada.
Assim, a projeção do filme “O Sorriso de Mona Lisa”, constituiu a tentativa de sintetizar algumas das possibilidades de uso do cinema na sala de aula e na possibilidade de propiciar que professores e alunos descubram outras tantas.
Embora o cinema já seja utilizado há algum tempo por muitos professores, pelo menos desde o final dos anos 1980, só mais recentemente estão surgindo algumas propostas mais sistematizadas que orientam o professor (...). Acreditamos que é possível, mesmo o professor não se tornando um crítico cinematográfico altamente especializado, incorporar o cinema na sala de aula e em projetos escolares, de forma a ir muito além do “conteúdo” representado pelo filme. O significado de um texto/filme é o todo, amálgama desse conjunto de pequenas partes, em que cada uma não é suficiente para explicá-lo, porém todas são necessárias e cada uma só tem significação plena em relação a todas as outras (ALMEIDA, M., 2001, p. 29 apud NAPOLITANO, 2005, p. 12) .
Desta forma, os filmes apresentados em sala de aula podem ser abordados conforme temas e conteúdos curriculares das diversas disciplinas. Ao mesmo tempo, o trabalho sistemático e articulado com filmes em salas de aula ajuda a desenvolver competências e habilidades diversas, lembrando ainda que os filmes também acabam por representar uma ideologia política. Assim, podemos dizer que o filme acima explicitado, é um filme político. Filme político não é um filme que trata de política, nem um filme partidário, mas antes de tudo, um filme que quer expor sua ideologia e causar uma reação/reflexão a partir de suas idéias. Desta maneira este demonstra ser um filme político, primeiro por representar um grito de socorro e uma carta de intenções em relação à temática desenvolvida levantando a questão da mulher, por se referir a uma formação de professora que enxerga além das possibilidades reais, que compreende e valoriza o fato de que como educadora, é na verdade “liberada” para fazer um trabalho melhor como principal agente da educação de qualidade acreditando, pois, que o professor pode fazer a diferença. Nesse processo, sua permanente intenção é a de educar, de formar seres humanos plenos e abertos ao mundo.
Na saída enigmática da professora Watson da Universidade de Wellesley, Betty aluna da referida professora termina a narração do filme nos levando novamente a outra reflexão: “...Nem todo errante é sem propósito, especialmente aquele que busca a verdade além da tradição, além da definição, além da imagem.”

Referências

BEHRENS, Marilda Aparecida. Formação continuada dos professores e a prática pedagógica. Curitiba: Champagnat, 1996.
DUARTE, Rosália. Cinema e Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2002.
MARILVIA; OLIVEIRA. O sorriso de Monalisa. Disponível em http://neteducacao.globo.com/site/usenet/sorrisoMonaLisa_new.jsp. Acesso em: 18/05/06.
NAPOLITANO, Marcos. Como usar cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2005.
NÓVOA, António. Formação de Professores e Trabalho Pedagógico. Lisboa: Educa, 2002.
SEVCENKO, Nicolau. A corrida para o século XXI: no loop da montanha russa. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.

Referência Filmográfica

O Sorriso de Mona Lisa. NEWELL, Mike. Columbia Pictures: Estados Unidos. 2003. 1DVD (117 min), color, legendado.

Disponível em http://www.espacoacademico.com.br/078/78santana.htm, acesso em 06/08/2011.

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